Nesses
últimos dias, muitos não suportam mais a sã doutrina. Vibram com
falações de animadores de auditório, milagreiros e falsos mestres (Mt
7.15-23; 2 Tm 4.3; 2 Pe 2.1,2), mas rejeitam a pregação expositiva. Não
há dúvidas de que os modismos e interpretações equivocadas surgem por
falta de exposição da sã doutrina (Sl 119.130; 2 Tm 3.16,17).Hoje,
nos grandes congressos, o povo, sem discernimento, torna-se manipulável
e vibra com as frases de efeito dos “ungidos”, que pregam as suas
novidades dissociadas das Escrituras.Um desses modismos é a “unção da loucura de Deus”, que tem como base 1
Coríntios 1.25: “Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens;
e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens”. Os espalhafatosos
pregadores dessa “nova unção” vêem na passagem acima a justificativa
para todas as aberrações que dizem e fazem.Defensores
dessa unção “divina” têm ministrado a “bênção do depósito celestial”.
Prometem que as pessoas que tiverem fé encontrarão uma grande quantia em
sua conta bancária! (Não pense que sou incrédulo. Creio sim num Deus
que faz até moeda aparecer na boca de um peixe!) No entanto, a suposta
bênção divina traz ao “agraciado” um autêntico “presente de grego”! Quer
saber por quê?Digamos
que apareçam cinqüenta mil reais em sua conta. Como fica a sua situação
em relação à Receita Federal? Como declarará isso no Imposto de Renda,
haja vista não poder dizer simplesmente: “Foi Deus quem me deu”? O
Senhor lhe daria uma bênção pela qual você se tornaria um sonegador de
impostos, infrator da lei?Portanto,
a expressão “loucura de Deus”, empregada por Paulo sob a inspiração de
Deus, enfatiza o quanto os seres humanos, por mais capazes que sejam,
estão aquém do Todo-Poderoso. Mas o apóstolo também mencionou a
“fraqueza de Deus”. Interessante que ninguém prega a “unção da fraqueza
de Deus”! Como se vê, o texto em apreço não apóia as atitudes
extravagantes e as “ministrações insanas” de certos “ungidos”, não é
mesmo?
Devemos deixar de condenar o erro para não sermos considerados intolerantes? O ecumenismo — gr. oikoumenikós,
“aberto para o mundo inteiro” — prega a tolerância às diferenças e se
opõe ferrenhamente a quem defende o Evangelho como uma única verdade
libertadora.
Aparentemente, o movimento ecumênico é muito coerente, haja vista
basear-se no pressuposto de que cada pessoa possui a sua verdade, e que
esta deve ser respeitada. Parte-se
do princípio “democrático” de que cada um tem o direito de acreditar no
que quiser sem ser incomodado, desde que também não emita nenhuma
opinião sobre as verdades alheias.
Segundo o ecumenismo, as pessoas têm os seus pontos de vista, e o
essencial para cada uma é acreditar em Deus e amar o próximo. Se alguém
faz isso, já é uma pessoa do bem e não precisa se submeter aos
mandamentos e princípios contidos na Bíblia. Em
alguns países, já não se pode mais dizer que o Senhor Jesus é a única
porta para a salvação, conquanto Ele mesmo tenha dito: “Eu sou a porta”
(Jo 10.9).
Nos Estados Unidos já existem até pastores renomados que têm preferido
não falar de Jesus com clareza. Falam apenas de Deus (que é um termo
genérico para o mundo), ao contrário dos apóstolos, que tinham coragem
de dizer claramente que Jesus era o único Mediador, o único Salvador (1
Tm 2.5; At 4.12). No
Brasil, há denominações ditas evangélicas que não apresentam nenhuma
restrição às pessoas que vivem no pecado, desde que isso aconteça em
prol do “amor cristão”. Em
outras palavras, quem vive em práticas que as Escrituras condenam não
precisa abandonar suas errôneas escolhas, pois “já agrada a Deus”. Em
uma passeata pró-homossexualismo, um grupo “evangélico” exibia
camisetas com os seguintes dizeres: “O Senhor é o meu Pastor e me aceita
como eu sou”. Há “evangélicos” afirmando que não podem dizer
“não” aos seus próprios sentimentos. E afirmam: “Os sentimentos fazem
parte do que eu sou; tenho de fazer o que me faz sentir melhor”. Isso
quer dizer que, se nos sentimos bem, então estamos no caminho certo?
Ora, os homens-bomba se sentem “muito bem” quando tiram a própria vida e
de pessoas inocentes!
Veja como é importante a apologética cristã! Ela não apenas se opõe às
heresias declaradas, mas também às camufladas (cf. 2 Pe 2.1-3),
apresentadas como se fossem boas alternativas para a convivência
pacífica entre as pessoas. Não
aceitemos essa falsa tolerância; esse falso amor! Não podemos deixar de
pregar o Evangelho completo às pessoas, ainda que sejamos vistos como
antipáticos, preconceituosos e perseguidores.
Causa espanto o fato de o ecumenismo a cada dia estar seduzindo os evangélicos. Aqui
no Brasil há celebridades evangélicas participando de shows ecumênicos
promovidos pela Igreja Católica Romana! E quem desaprova esse tipo de
união é tido como intolerante, sem amor, descortês, sem bom-senso,
incoerente, sem ética… É
como se o amor substituísse a verdade, e a unidade sobrepujasse a
doutrina. Tolerar a heresia é melhor do que parecer desamoroso ao mundo?
Charles Colson, em sua obra E Agora, como Viveremos?,
editada pela CPAD, enfatiza que, nesse tempo pós-moderno, não existe
objetivo nem verdade universal. Há somente a perspectiva do grupo, não
importando qual seja: afro-americanos, mulheres, homossexuais,
hispânicos, etc. Todos
os pontos de vista, todos os estilos de vida, todas as crenças e todos
os comportamentos são considerados igualmente válidos. Ninguém pode
criticar o comportamento das pessoas. Essa é a base do falacioso e
perigoso PL 122.
Muitos apelam para o “amor cristão”. Seria o amor uma boa justificativa
para se abrir mão da verdade? Ora, amor não é sinônimo de tolerância.
Quem ama o Senhor deve se submeter aos seus mandamentos e princípios,
pois amá-lo implica fidelidade à Palavra: “Se alguém me ama, guardará a
minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele
morada” (Jo 14.23). O amor sem a verdade é fraco e sem influência. Já a verdade sem o amor é rígida demais, sem misericórdia. O
amoroso Deus é santo e justo, e aqueles que permanecerem no pecado, por
mais convincentes que sejam as suas argumentações, serão condenados (Ap
21.8).
Se o amor anulasse a verdade e nos obrigasse a tolerar o erro, em prol
da unidade, como deveríamos entender as seguintes palavras de Jesus:
“Não deis aos cães as coisas santas, nem deiteis aos porcos as vossas
pérolas; para que não as pisem e, voltando-se, vos despedacem” (Mt 7.6)?
Em 1 Coríntios 16.22, Paulo declarou: “Se alguém não ama o Senhor Jesus Cristo, seja anátema; maranata”.
Ora, se todos devemos nos unir em amor, sem levar em conta a verdade
absoluta da Palavra de Deus, por que o apóstolo Paulo foi tão categórico
ao dizer que está sob ou é anátema quem não ama Jesus? Não
é fácil comunicar e defender o Evangelho ante uma geração que ouve com
os olhos e pensa com o sentimento. Mas o verdadeiro amor não abre mão da
verdade.
O cristão que se preza segue a verdade em amor e cresce em tudo naquele
que é a cabeça, Cristo (Ef 4.14,15). Ele sabe que a unidade em amor, em
torno da verdade (Jo 13.35), deve reinar, e não a unidade com aqueles
que ensinam falsos evangelhos ou apoiam comportamentos anticristãos.
O amor de Deus não anula a sua santidade. A verdade deve prevalecer, e
não a tolerância ou a imparcialidade, características do falacioso,
embora simpático, ecumenismo. Por isso, o cristão que se preza sabe o quanto é perigoso o PL 122, visto que se baseia em princípios ecumênicos.
Evangelho-show. Este é o verdadeiro
vilão da história.
Boa parte dos seguidores do evangelho do entretenimento não demonstra
ter mansidão. Se eles acharem que alguém está falando contra os
“ungidos” (cantores-ídolos), reagem como fãs. Xingam pastores de
medíocres, ridículos, invejosos e até ameaçam... Têm eles o Espírito
Santo? Dão lugar para Ele amadurecer neles o seu fruto, que resulta em
mansidão, temperança, bondade, etc.? Que tipo de cristão é o amante do
evangelho-show? Respeito a opinião de todos os
leitores, até mesmo dos mais exaltados. Mas não tenho medo de dizer:
Deus reprova o evangelho-show! Por quê? Porque o Evangelho deve ser
comunicado, não da maneira que as pessoas desejam ouvi-lo, e sim da maneira que precisam
ouvi-lo. O evangelho do entretenimento não produz discípulos de Jesus,
como ordena a Palavra do Senhor, literalmente, em Mateus 28.19: “fazei
discípulos de todos os povos”.
O falso evangelho em apreço desvia as pessoas da verdade. Ele as
distancia da Palavra de Deus e as aproxima do mundanismo. Ele integra,
admito, e induz os jovens a dançarem, a balançarem o corpo, a se
divertirem, a se alegrarem, a se exibirem, a serem “o povo mais feliz da
terra”... Mas estes — ainda que não admitam — continuam vazios, pois o
que dá prazer realmente é andar segundo a lei do Senhor (Sl 1.1,2).
Leia os comentários dos adeptos do evangelho-show, nas
redes sociais, e você verá que a maioria deles não tem prazer na lei do
Senhor. Em um outro blog uma simpatizante desse peudo-evangelho, revoltada com o que foi escrito, desabafou: “já cansei desse papo de certo ou errado”. Outra
sugeriu que está havendo perseguição aos levitas, como se fôssemos
israelitas e vivêssemos nos tempos da Antiga Aliança...
Alguns adeptos do evangelho-show acham que a Trindade é uma doutrina
romanista. Com quem eles aprenderam isso? Deve ter sido com certos
astros da música gospel que dizem ter a “voz da verdade”, pois a
doutrina da Trindade é uma das mais enfatizadas na Palavra de Deus, no
Antigo e no Novo Testamentos! Ela é a chave para o entendimento de
várias outras doutrinas fundamentais.
Outros defendem ferrenhamente os seus adoradores-ídolos, mas não sabem
definir adoração, louvor e cântico, à luz da Bíblia. Aliás, sequer
aprenderam que a adoração verdadeira jamais deveria receber o adjetivo
“extravagante”! Extravagância não combina com adoração!
Caros “adoradores extravagantes”, sei que muitos de vocês não gostam da
Palavra de Deus, pois ela não aprova o seu procedimento. Mas os desafio a
fazerem agora um estudo bíblico comigo. Abram as suas Bíblias em 2
Crônicas 20.18. Viram como Josafá se prostrou com o rosto em terra,
adorando a Deus? Agora, abram em 2 Crônicas 29.29 e Neemias 8.6. Depois,
em Jó 1.20 e Salmos 95.6. Leiam comigo
também Mateus 2.11, a respeito dos magos do Oriente: “e, prostrando-se, o
adoravam”.
Onde está a adoração extravagante, tão festejada pelos seguidores do
evangelho-show? Em todas as passagens citadas a respeito da adoração,
ela é acompanhada de prostração, quebrantamento, choro, humilhação. Isso
é o verdadeiro produto do adorador, e não os shows com luzes coloridas,
danças, canções de autoajuda, estrelismo, “unção do leão”, “cair no
Espírito”, bota de píton, gritinhos frenéticos, ritmos eletrizantes,
linguagem chula, falsas profecias, derramamento de azeite sobre a cabeça
de alguém e outras futilidades!
Deus reprova o evangelho-show porque este oferece ao povo o que ele
deseja, assim como fez Arão (Êx 32.1-6). Por influência desse falso
evangelho, os cultos não têm mais espaço para a exposição da Palavra de
Deus. No mínimo, dois terços das nossas reuniões de “adoração” são
preenchidas com cântico, música e irreverência. Mas o Senhor tem
levantado homens e mulheres que, à semelhança de Moisés, têm dado ao seu
povo o que ele precisa (Êx 32.7-35).
Sim, o Senhor reprova o evangelho-show! O show precisa acabar. O show da
falsidade, da mentira, da apelação, do engodo, do amor ao dinheiro.
Voltemos a cultuar ao Senhor Jesus em nossas igrejas! Com menos cantoria
e mais louvor. Com menos triunfalismo e mais pregação cristocêntrica.
Com menos sofisticação e mais simplicidade. Com menos performance
gestual e mais quebrantamento do coração. Com menos descontração e mais
arrependimento.
Deus sempre será contrário ao evangelho-show, porque show não é culto, e
culto não é show. Não precisamos chegar ao Céu para descobrirmos que o Senhor não recebe
os shows “evangélicos”. Temos a Bíblia Sagrada. Para que servem os
mandamentos, princípios, exemplos, verdades e doutrinas contidos na
Palavra de Deus?
O problema é que muitos hoje têm vontade de pular, dançar, gritar,
correr... Só não têm vontade de andar segundo as Escrituras. Gostam de
ouvir gritinhos frenéticos. E “adoram” quando o seu cantor-ídolo diz:
“Tire o pé do chãããão”. Mas, quando alguém os convida a abrir as
Escrituras, torcem o nariz e pensam: “Lá vem ele com esse papo de certo
ou errado”.
Você também está cansado desse “papo” de certo ou errado, prezado
leitor? Saiba que Deus também está cansado desse evangelho-show! Ele
quer que nos humilhemos diante dEle: “se o meu povo, que se chama pelo
meu nome, se humilhar [...], então, eu ouvirei dos céus” (2 Cr 7.14).
Preste a atenção nessa imagem.
canta Recife 26/05/12
Será que esse é o comportamento e o lugar de um jovem "crente"?
Todas as coisa me são lícitas, mas nem todas as coisas me convêm; todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas me edificam. 1°Co 10.23.