segunda-feira, 25 de junho de 2012

Unção da "loucura" ou loucura dos "ungidos"?


Nesses últimos dias, muitos não suportam mais a sã doutrina. Vibram com falações de animadores de auditório, milagreiros e falsos mestres (Mt 7.15-23; 2 Tm 4.3; 2 Pe 2.1,2), mas rejeitam a pregação expositiva. Não há dúvidas de que os modismos e interpretações equivocadas surgem por falta de exposição da sã doutrina (Sl 119.130; 2 Tm 3.16,17).Hoje, nos grandes congressos, o povo, sem discernimento, torna-se manipulável e vibra com as frases de efeito dos “ungidos”, que pregam as suas novidades dissociadas das Escrituras.Um desses modismos é a “unção da loucura de Deus”, que tem como base 1 Coríntios 1.25: “Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens”. Os espalhafatosos pregadores dessa “nova unção” vêem na passagem acima a justificativa para todas as aberrações que dizem e fazem.Defensores dessa unção “divina” têm ministrado a “bênção do depósito celestial”. Prometem que as pessoas que tiverem fé encontrarão uma grande quantia em sua conta bancária! (Não pense que sou incrédulo. Creio sim num Deus que faz até moeda aparecer na boca de um peixe!) No entanto, a suposta bênção divina traz ao “agraciado” um autêntico “presente de grego”! Quer saber por quê?Digamos que apareçam cinqüenta mil reais em sua conta. Como fica a sua situação em relação à Receita Federal? Como declarará isso no Imposto de Renda, haja vista não poder dizer simplesmente: “Foi Deus quem me deu”? O Senhor lhe daria uma bênção pela qual você se tornaria um sonegador de impostos, infrator da lei?Portanto, a expressão “loucura de Deus”, empregada por Paulo sob a inspiração de Deus, enfatiza o quanto os seres humanos, por mais capazes que sejam, estão aquém do Todo-Poderoso. Mas o apóstolo também mencionou a “fraqueza de Deus”. Interessante que ninguém prega a “unção da fraqueza de Deus”! Como se vê, o texto em apreço não apóia as atitudes extravagantes e as “ministrações insanas” de certos “ungidos”, não é mesmo?


Ciro Sanches Zibordi

quinta-feira, 14 de junho de 2012

O PL 122 e o ecumenismo

Devemos deixar de condenar o erro para não sermos considerados intolerantes? O ecumenismo — gr. oikoumenikós, “aberto para o mundo inteiro” — prega a tolerância às diferenças e se opõe ferrenhamente a quem defende o Evangelho como uma única verdade libertadora.

Aparentemente, o movimento ecumênico é muito coerente, haja vista basear-se no pressuposto de que cada pessoa possui a sua verdade, e que esta deve ser respeitada.
Parte-se do princípio “democrático” de que cada um tem o direito de acreditar no que quiser sem ser incomodado, desde que também não emita nenhuma opinião sobre as verdades alheias.

Segundo o ecumenismo, as pessoas têm os seus pontos de vista, e o essencial para cada uma é acreditar em Deus e amar o próximo. Se alguém faz isso, já é uma pessoa do bem e não precisa se submeter aos mandamentos e princípios contidos na Bíblia.
Em alguns países, já não se pode mais dizer que o Senhor Jesus é a única porta para a salvação, conquanto Ele mesmo tenha dito: “Eu sou a porta” (Jo 10.9).

Nos Estados Unidos já existem até pastores renomados que têm preferido não falar de Jesus com clareza. Falam apenas de Deus (que é um termo genérico para o mundo), ao contrário dos apóstolos, que tinham coragem de dizer claramente que Jesus era o único Mediador, o único Salvador (1 Tm 2.5; At 4.12). No Brasil, há denominações ditas evangélicas que não apresentam nenhuma restrição às pessoas que vivem no pecado, desde que isso aconteça em prol do “amor cristão”
Em outras palavras, quem vive em práticas que as Escrituras condenam não precisa abandonar suas errôneas escolhas, pois “já agrada a Deus”.

Em uma passeata pró-homossexualismo, um grupo “evangélico” exibia camisetas com os seguintes dizeres: “O Senhor é o meu Pastor e me aceita como eu sou”. Há “evangélicos” afirmando que não podem dizer “não” aos seus próprios sentimentos. E afirmam: “Os sentimentos fazem parte do que eu sou; tenho de fazer o que me faz sentir melhor”. Isso quer dizer que, se nos sentimos bem, então estamos no caminho certo? Ora, os homens-bomba se sentem “muito bem” quando tiram a própria vida e de pessoas inocentes!


Veja como é importante a apologética cristã! Ela não apenas se opõe às heresias declaradas, mas também às camufladas (cf. 2 Pe 2.1-3), apresentadas como se fossem boas alternativas para a convivência pacífica entre as pessoas.
Não aceitemos essa falsa tolerância; esse falso amor! Não podemos deixar de pregar o Evangelho completo às pessoas, ainda que sejamos vistos como antipáticos, preconceituosos e perseguidores.

Causa espanto o fato de o ecumenismo a cada dia estar seduzindo os evangélicos.
Aqui no Brasil há celebridades evangélicas participando de shows ecumênicos promovidos pela Igreja Católica Romana! E quem desaprova esse tipo de união é tido como intolerante, sem amor, descortês, sem bom-senso, incoerente, sem ética… É como se o amor substituísse a verdade, e a unidade sobrepujasse a doutrina. Tolerar a heresia é melhor do que parecer desamoroso ao mundo?

Charles Colson, em sua obra
E Agora, como Viveremos?, editada pela CPAD, enfatiza que, nesse tempo pós-moderno, não existe objetivo nem verdade universal. Há somente a perspectiva do grupo, não importando qual seja: afro-americanos, mulheres, homossexuais, hispânicos, etc. Todos os pontos de vista, todos os estilos de vida, todas as crenças e todos os comportamentos são considerados igualmente válidos. Ninguém pode criticar o comportamento das pessoas. Essa é a base do falacioso e perigoso PL 122.

Muitos apelam para o “amor cristão”. Seria o amor uma boa justificativa para se abrir mão da verdade? Ora, amor não é sinônimo de tolerância. Quem ama o Senhor deve se submeter aos seus mandamentos e princípios, pois amá-lo implica fidelidade à Palavra: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada” (Jo 14.23).
O amor sem a verdade é fraco e sem influência. Já a verdade sem o amor é rígida demais, sem misericórdia.

O
amoroso Deus é santo e justo, e aqueles que permanecerem no pecado, por mais convincentes que sejam as suas argumentações, serão condenados (Ap 21.8). Se o amor anulasse a verdade e nos obrigasse a tolerar o erro, em prol da unidade, como deveríamos entender as seguintes palavras de Jesus: “Não deis aos cães as coisas santas, nem deiteis aos porcos as vossas pérolas; para que não as pisem e, voltando-se, vos despedacem” (Mt 7.6)?

Em 1 Coríntios 16.22, Paulo declarou:
“Se alguém não ama o Senhor Jesus Cristo, seja anátema; maranata”. Ora, se todos devemos nos unir em amor, sem levar em conta a verdade absoluta da Palavra de Deus, por que o apóstolo Paulo foi tão categórico ao dizer que está sob ou é anátema quem não ama Jesus?

Não é fácil comunicar e defender o Evangelho ante uma geração que ouve com os olhos e pensa com o sentimento. Mas o verdadeiro amor não abre mão da verdade
. O cristão que se preza segue a verdade em amor e cresce em tudo naquele que é a cabeça, Cristo (Ef 4.14,15). Ele sabe que a unidade em amor, em torno da verdade (Jo 13.35), deve reinar, e não a unidade com aqueles que ensinam falsos evangelhos ou apoiam comportamentos anticristãos.

O amor de Deus não anula a sua santidade. A verdade deve prevalecer, e não a tolerância ou a imparcialidade, características do falacioso, embora simpático, ecumenismo. Por isso, o cristão que se preza sabe o quanto é perigoso o PL 122, visto que se baseia em princípios ecumênicos.





Ciro Sanches Zibordi

domingo, 3 de junho de 2012

Por que Deus reprova o evangelho-show?


Evangelho-show. Este é o verdadeiro vilão da história.

Boa parte dos seguidores do evangelho do entretenimento não demonstra ter mansidão. Se eles acharem que alguém está falando contra os “ungidos” (cantores-ídolos), reagem como fãs. Xingam pastores de medíocres, ridículos, invejosos e até ameaçam... Têm eles o Espírito Santo? Dão lugar para Ele amadurecer neles o seu fruto, que resulta em mansidão, temperança, bondade, etc.? Que tipo de cristão é o amante do evangelho-show?


Respeito a opinião de todos os leitores, até mesmo dos mais exaltados. Mas não tenho medo de dizer: Deus reprova o evangelho-show! Por quê? Porque o Evangelho deve ser comunicado, não da maneira que as pessoas desejam ouvi-lo, e sim da maneira que precisam ouvi-lo. O evangelho do entretenimento não produz discípulos de Jesus, como ordena a Palavra do Senhor, literalmente, em Mateus 28.19: “fazei discípulos de todos os povos”.


O falso evangelho em apreço desvia as pessoas da verdade. Ele as distancia da Palavra de Deus e as aproxima do mundanismo. Ele integra, admito, e induz os jovens a dançarem, a balançarem o corpo, a se divertirem, a se alegrarem, a se exibirem, a serem “o povo mais feliz da terra”... Mas estes — ainda que não admitam — continuam vazios, pois o que dá prazer realmente é andar segundo a lei do Senhor (Sl 1.1,2).


Leia os comentários dos adeptos do evangelho-show, nas redes sociais, e você verá que a maioria deles não tem prazer na lei do Senhor. Em um outro blog uma  simpatizante desse peudo-evangelho, revoltada com o que foi escrito, desabafou: “já cansei desse papo de certo ou errado”. Outra sugeriu que está havendo perseguição aos levitas, como se fôssemos israelitas e vivêssemos nos tempos da Antiga Aliança...


Alguns adeptos do evangelho-show acham que a Trindade é uma doutrina romanista. Com quem eles aprenderam isso? Deve ter sido com certos astros da música gospel que dizem ter a “voz da verdade”, pois a doutrina da Trindade é uma das mais enfatizadas na Palavra de Deus, no Antigo e no Novo Testamentos! Ela é a chave para o entendimento de várias outras doutrinas fundamentais.

Outros defendem ferrenhamente os seus adoradores-ídolos, mas não sabem definir adoração, louvor e cântico, à luz da Bíblia. Aliás, sequer aprenderam que a adoração verdadeira jamais deveria receber o adjetivo “extravagante”! Extravagância não combina com adoração!


Caros “adoradores extravagantes”, sei que muitos de vocês não gostam da Palavra de Deus, pois ela não aprova o seu procedimento. Mas os desafio a fazerem agora um estudo bíblico comigo. Abram as suas Bíblias em 2 Crônicas 20.18. Viram como Josafá se prostrou com o rosto em terra, adorando a Deus? Agora, abram em 2 Crônicas 29.29 e Neemias 8.6. Depois, em Jó 1.20 e Salmos 95.6. Leiam comigo também Mateus 2.11, a respeito dos magos do Oriente: “e, prostrando-se, o adoravam”.


Onde está a adoração extravagante, tão festejada pelos seguidores do evangelho-show? Em todas as passagens citadas a respeito da adoração, ela é acompanhada de prostração, quebrantamento, choro, humilhação. Isso é o verdadeiro produto do adorador, e não os shows com luzes coloridas, danças, canções de autoajuda, estrelismo, “unção do leão”, “cair no Espírito”, bota de píton, gritinhos frenéticos, ritmos eletrizantes, linguagem chula, falsas profecias, derramamento de azeite sobre a cabeça de alguém e outras futilidades!


Deus reprova o evangelho-show porque este oferece ao povo o que ele deseja, assim como fez Arão (Êx 32.1-6). Por influência desse falso evangelho, os cultos não têm mais espaço para a exposição da Palavra de Deus. No mínimo, dois terços das nossas reuniões de “adoração” são preenchidas com cântico, música e irreverência. Mas o Senhor tem levantado homens e mulheres que, à semelhança de Moisés, têm dado ao seu povo o que ele precisa (Êx 32.7-35).


Sim, o Senhor reprova o evangelho-show! O show precisa acabar. O show da falsidade, da mentira, da apelação, do engodo, do amor ao dinheiro. Voltemos a cultuar ao Senhor Jesus em nossas igrejas! Com menos cantoria e mais louvor. Com menos triunfalismo e mais pregação cristocêntrica. Com menos sofisticação e mais simplicidade. Com menos performance gestual e mais quebrantamento do coração. Com menos descontração e mais arrependimento.


Deus sempre será contrário ao evangelho-show, porque show não é culto, e culto não é show. Não precisamos chegar ao Céu para descobrirmos que o Senhor não recebe os shows “evangélicos”. Temos a Bíblia Sagrada. Para que servem os mandamentos, princípios, exemplos, verdades e doutrinas contidos na Palavra de Deus?


O problema é que muitos hoje têm vontade de pular, dançar, gritar, correr... Só não têm vontade de andar segundo as Escrituras. Gostam de ouvir gritinhos frenéticos. E “adoram” quando o seu cantor-ídolo diz: “Tire o pé do chãããão”. Mas, quando alguém os convida a abrir as Escrituras, torcem o nariz e pensam: “Lá vem ele com esse papo de certo ou errado”.


Você também está cansado desse “papo” de certo ou errado, prezado leitor? Saiba que Deus também está cansado desse evangelho-show! Ele quer que nos humilhemos diante dEle: “se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar [...], então, eu ouvirei dos céus” (2 Cr 7.14).


Preste a atenção nessa imagem.
  
                           canta Recife 26/05/12

Será que esse é o comportamento e o lugar de um jovem "crente"?

Todas as coisa me são lícitas, mas nem todas as coisas me convêm; todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas me edificam. 1°Co 10.23.



Ciro Sanches Zibordi
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...