quarta-feira, 16 de maio de 2012

A QUESTÃO DO MISTICISMO POPULAR

Dentre os fatores formativos da cultura brasileira, a superstição e o misticismo têm sido reconhecidos como marcantes. Desde as simpatias, passando pelas crendices e incluindo o apego ao mágico e ao sobrenatural, o povo mostra um grande interesse palo lado não racional da realidade.

Quem não ouviu falar do Saci-pererê, da Mula-sem-cabeça? Quem não já deu olhada na coluna do horóscopo de um jornal ou de uma revista popular? Quem não se espanta com o crescimento perturbador dos movimentos de aparência evangélica, mas que exploram a fundo esse componente cultural do brasileiro? E a espantosa multiplicação Umbanda, religiosidade sincretista de prática altamente brasileira?
    Há indícios, inclusive, de que esse direcionamento do povo para o lado místico tem aumentado e vai crescer até o fim do século, penetrando todas as classes sociais.
    O QUE ISSO SIGNIFICA? Como deve o cristão posicionar-se de tão deslavado endeusamento da magia e da superstição?

   1. Devemos ompreender e respeitar o sentimento do povo - A fim  de que possamos posicionar-nos como cristãos, é necessário que entendamos o fenômeno do misticismo universal. O misticismo é evidência de que o homem possui um sentimento religioso desde que nasce e da inadequadas respostas que ele da essa motivação inteira. Desde que se afastou de Deus, perdendo o  contato com seu criador, o homem guia-se pelo escuro espiritual, procurando dar vazão ao seu sentimento e fé. Temos que separar, portanto, compreensão de fenômeno, o sentimento básico que o origina,das formas pelas quais se expressa. Um posicionamento cristão crítico deve, necessariamente, não condenar  ou ridicularizar  ignorante das crendices populares, mas identificar nessas pessoas um a sincera busca de satisfação de suas necessidades espirituais primárias.
    É evidente a inadequação do conteúdo do misticismo popular, das crendices, e das superstições, à luz da Bíblia, da ciência e até mesmo do bom senso. 

   2. O conteúdo do misticismo popular é um traço cultiral - Israel absorveu, pela convivência, as mazelas religiosas dos vizinhos: "Ora, o rei Salomão amou, muito mulheres estrangeiras, além da filha do faraó: moabitas, amonitas, edonitas, sidônia e hetéias das nações de que o Senhor dissera aos filhos de Israel: Não ireis para elas, nem elas virão para voz; doutra maneira perverterão o vosso coração para seguirdes os seus deuses. A estas se apegou Salomão, levado pelo amor (...) Salomão seguiu a Astarote, deus dos sidônios e Milcom, abominação dos amonitas. Assim fez Salomão o que era mau aos olhos do Senhor, e não perseverou em o seguir, como fizera Davi, seu pai (...) Pelo que o Senhor se indignou contra Salomão, porquanto o Seu coração se desviara do Senhor Deus de Israel, o qual duas vezes lhe aparecera (...) (1°Rs 11.1-10).

    Os profetas se levantaram para condenar a busca, pelos israelitas, de fontes de saciação espiritual que fossem Deus: "O meu povo consulta a sua madeira, e a sua vara lhe dá respostas, porque o espírito de luxúria os enganou, e eles, prostituindo-se,  abandonam o seu Deus (...)" (Os 4.12,13). É interessante observar a força dos processos aculturativos nas expressões místicas do povo. Apesar de ter uma revelação inigualável, de um Deus único, justo e bom, que o escolhera como nação, o povo de Israel logo se prostituiu com outros deuses, práticas e superstições: "Quando vos disserem: Consultai os que têm espíritos familiares e os feiticeiros, que chilreiam e murmuram, respondei: Acaso não consultará um povo a seu Deus? Acaso a favor dos vivos consultará os mortos?" (Is 8.19).

    Deus condenou enfaticamente toda e qualquer expressão do sentimento religioso que fosse a sua adoração: "Quando entrares na terra que o Senhor teu Deus te dá, não aprenderás a fazer conforme as abominações daqueles povos (...) Porque estas nações, que hás de possuir, ouvem os prognosticadores e os adivinhadores; porém, quando a ti, o Senhor teu Deus não te permitiu tal coisa (Dt 18.9-14). Mas, apesar dessa proibição, Israel aceitou e incorporou em seu culto as práticas e crendices das nações vizinhas.

    Todas as culturas, filosóficas, produziram conteúdos místicos apartir da mistura de pessoas entra tradições diferentes. O pano de fundo universal é o animismo, crença de que os objetos e seres da natureza são todos dotados de espíritos. A experiência de Paulo com Atenas, narrada em atos 17.16-34, evidencia a força do processo  sincretista e como os conteúdos místicos passam através  das  culturas.

    Não poderia ser diferente a realidade brasileira. O misticismo popular, expressão do sentimento religioso inato e ingênuo de nossa gente, foi buscar nas culturas que deram origem à nossa nacionalidade os conteúdos necessários à construção do imaginário popular.

    3. As origens do conteúdo do misticismo brasileiro - Divisamos quatro grandes componentes na formação cultural do brasileiro que contribuem para a seleção de conteúdo:o catolicismo português, as religiões africanas, a influência dos índios brasileiros e o espiritismos.

     a. O catolicismo português - A religião implantada no Brasil por nossos colonizadores foi um catolicismo romano, profundamente místico, centrada no culto aos santos e à Virgem Maria. Sem conteúdo doutrinário, levou a uma prática de fé baseada em tradições familiares e sociais, a padroeira e festas, com uma tendência à facilidade para misturar-se com outros conteúdos.

    Além disso, o catolicismo trazido de Portugal para o Brasil já veio alicerçado por influências, principalmente pela magia européia. O caráter secular das festas católicas acabaram por permitir a descaracterização da sua suposta fé cristã e a mistura com toda sorte de superstições. O culto aos santos, como intermediário entre o homem e Deus, nada  mais é do que um politeísmo  disfarçado, facilitando a identificação dos santos católicos com as identidades africanas e indígenas. O pobre povo brasileiro viu-se logo, vítima  das mais terríveis influências religiosas,  construindo,então, para expressar o seu sentimento religioso, um falso universo místico que lhe servisse de apoio.

    b. As religiões africanas - A escravidão negra, que caracterizou a formação social e econômica do Brasil colônia e da época imperial, é o segundo componente de nosso universo místico. Os escravos trazidos para o Brasil, dos grupos sudaneses e bantus, possuíam uma religião relativamente sistematizada, onde o conceito de Deus era distante e incessível, exigindo a intermediação de guias espirituais ou orixás que solucionassem os anseios do cotidiano.

    Levados para as fazendas, os escravos tiveram uma permissão estreita de manter seu culto, e se sentiram obrigados a camuflá-lo com o verniz do catolicismo. Deviam participar das festas em honra ao santo padroeiro da fazenda. Essa situação levou a misturas entre as suas religiões, pois para os africanos os santos católicos eram muito parecidos com os seus orixás, e logo se identificaram. Logo Ogum passou a ser São Jorge, e assim ainda é hoje...

    c. A influência indígena - Embora a cultura dos índios brasileiros  tenha sido destruído no processo de colonização, ampla miscigenação com a raça branca e com a negra que resultou no caboclo contribuiu, sem sombra de dúvida, para o misticismo popular. As lendas, crendices  e o universo religioso dos índios era marcado por uma cosmovisão eminentemente animista, onde os espíritos tudo permeavam. Os mortos e os vivos mantinham uma comunhão, e o processo decisório era todo baseado no presságio e adivinhações.Elementos como tupã, o Saci-pererê, o Curupira e o Caipora foram incorporados ao folclore brasileiros através dos índios. A figura do pagé o mágico da tribo, confundia a religião com a medicina, abrindo caminho para a crendice dos curadores e das benzedeiras, tão comuns no interior do brasil. Todos esses elementos, mesmo quando totalmente retirados de seu contexto social, contribuíam para formar no povo brasileiro a visão mística e supersticiosa.

    d. O espiritismo kardecista - A dependência cultural da velha Europa fez com que a intelectualidade brasileira, no século XIX, buscasse lá também a sua formação espiritual. Principalmente a cultura francesa exerceu forte influêcia na formação do Brasil império, sendo o francês a língua chique da época.

    Allan kardec era o pseudônimo de um professor  francês que, psicografando, segundo cria, um poeta celta, sistematizou o espiritismo dentro do contexto europeu. Intelectuais brasileiros, muitos dos quais estudaram na frança, trouxeram para o Brasil os ensinos de Kardec e difundiram a doutrina espírita.

    O espiritismo colocou  Deus como incessível, devendo a prática religiosa centrase na comunicação com os mortos. A reencarnação foi introduzida como explicação para a dor  e para o sofrimento humano. Os espíritas desencarnados, os mortos, segundo espiritismo, podem entrar em contato com espíritos encarnados, os vivos, através dos médiuns. Essa doutrina é bem parecida com o animismo das religiões africanas das religiões indígenas e do panteão de santos do catolicismo. O resultado foi uma mistura completa, resultando em múltiplas expressões religiosas, como a Umbanda e o Candomblé, as curandeiras e benzedeiras.

    4. A expressão demoníaca - Á luz da Palavra de Deus, todo esse conteúdo é de origem satânica. Usando o termo sentimento religioso do povo, inato no homem, a cultura brasileira desenvolveu todo esse conteúdo idolátrico e místico que não se coaduna com existência de um Deus vivo, santo e bom. Sabemos que os espíritos que se manifestam nas sessões não são o de mortos, mas de demônios. A igreja deve afirma o caráter maligno dessas crenças, só tomarem o lugar do Deus vivo na alma humana.

CONCLUSÃO

    1. O homem é naturalmente religioso (Gn 1.26,27). A imagem e semelhança de Deus, com a queda do homem, embora afetadas, resultam numa busca religiosa para preencher o vazio de Deus.

    2. Sem Cristo, o homem enche o seu mundo religioso de conteúdos falsos, tirados da cultura que o envolve e de suas origens (Os 4.12,13).

    3. As expressões animistas são demoníacas, levando a uma degradação ética e moral do povo e á preservação da ignorância (1Jo 4.2-4).

    4. O povo brasileiro necessita ser liberto das trevas da ignorância espiritual. Proclamemos Jesus Cristo! (Is 61.1).

2 comentários:

  1. ASSEMBLEIA DE DEUS - VCS SE JULGAM ACIMA DO BEM E DO MAL- JUSTIÇA VIRÁ PRIMEIRO PARA VCS QUE GOSTAM DE JULGAR OS OUTROS E AS SUAS CRENÇAS..

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    Respostas
    1. Caro anônimo,
      Desculpe-me... Mas essa é a verdade queira você ou não.

      Não estou jugando nem tenho esse poder de jugar, tenho a bíblia(a palavra de Deus) como o meu manual, apenas estou só xerocando o que Ela diz a respeito sobre essas religiões e práticas.

      Essas são poucas de muitas referências que Deus fala a respeito da tal manifestação, adoração, prática...:

      Antigo Testamento
      1. Êxodo 20: 4-6 - O segundo mandamento, “Não farás para ti nenhuma imagem.....Não
      ti prostrarás diante deles nem lhes prestarás culto...”
      2. Levítico 19:4 - “Não se voltem para os ídolos...”
      3. Levítico 26:1- “Não façam ídolos nem imagens...”
      4. Deuteronômio 4:16-19- “..vocês não se desviam e se prostrem diante deles..”
      5. Deuteronômio 5:8- “Não farás para te nem um ídolo, nenhuma imagem..”
      6. Deuteronômio 5:9 - “Não te prostrarás diante deles nem lhes prestarás culto...”
      7. Deuteronômio 27:15 “Maldito quem esculpir uma imagem ou fizer um ídolo fundido,
      obra de artesão detestável ao SENHOR..”
      8. Deuteronômio 32:16 “Eles..O provocaram com os seus ídolos abomináveis...”
      9. Deuteronômio 32:21 “e irritaram-me com seus ídolos inúteis.”
      10. 1 Samuel 12:21 “Não se desviarem para seguir ídolos inúteis que de nada valem nem
      podem livrar-los pois são inúteis.”

      NOVO TESTAMENTO
      1. Mateus 4:10, “Jesus lhe disse: ‘Retire-se, Satanás! Pois está escrito: Adore o SENHOR, o
      seu Deus, e só a ele preste culto’ ”.
      3. Atos 14:13-18 (Os apóstolos não aceitaram adoração porque é para ser
      exclusivamente para Deus.) “...porque ele e a multidão queriam oferecer-lhes
      sacrifícios. Ouvindo isso, os apóstolos Barnabé e Paulo, rasgaram as roupas e correram
      para o meio da multidão, gritando: “Homens , por que vocês estão fazendo isso? Nós
      também somos humanos como vocês. Estamos trazendo boas novas para vocês, dizendo lhes que se afastem dessas coisas vãs e se voltem para o Deus vivo, que fez o céu, a terra,
      o mar e tudo o que neles há. No passado ele permitiu que todas as nações seguissem os seus próprios caminhos...’ Apesar dessas palavras, eles tiveram dificuldade para impedir
      que a multidão lhes oferecesse sacrifícios.”
      4. Atos 17:29-30 “Assim, visto que somos descendência de Deus, não devemos pensar que a
      Divindade é semelhante a uma escultura de ouro, prata ou pedra, feita pela arte e
      imaginação do homem. No passado Deus não levou em conta essa ignorância, mas
      agora ordena que todos, em todo lugar, se arrependam.”
      5. Romanos 1:22 “Dizendo-se por sábios, tornaram-se loucos. E trocaram a glória do Deus
      imortal por imagens feitas segunda a semelhança do homem mortal...”
      6. Romanos 1:23 “Trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram a
      coisas e seres criados, em lugar do Criador, que é bendito para sempre. Amém.”
      7. 1 Coríntios 6:9-11 “Vocês não sabem que os perversos não herdarão o reino de Deus?
      Não se deixem enganar: nem imorais, nem idólatras, nem adúlteros, nem homossexuais
      passivos ou ativos... Assim foram alguns de vocês. Mas vocês foram lavados, foram
      santificados, foram justificados no nome do SENHOR Jesus Cristo e no Espírito de nosso
      Deus”.
      8. 1 Coríntios 8:4-8 “Portanto, em relação ao alimento sacrificado aos ídolos, sabemos que
      o ídolo não significa nada ao mundo e que só existe um Deus.”
      9. 1 Coríntios 8:7 Contudo, nem todos têm esse conhecimento. Alguns, ainda habituados
      com os ídolos, comem esse alimento como se fosse um sacrifício idolatra; e como a
      consciência deles é fraca, fica contaminada.”
      10. 1 Coríntios 10:14 “Por isso, meus amados irmãos, fujam da idolatria.”

      Diga o seu nome na próxima participação, por favor.

      Um abraço.

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